O formato Scutoid é encontrado na pele humana, pois permite que células permaneçam firmemente juntas, mesmo sobre superfícies curvas
FORMA SEMELHANTE AO SCUTOID FOI OBSERVADA NO PEIXE-ZEBRA E NA MOSCA-DAS-FRUTAS (FOTO: UNIVERSITY OF SEVILLE AND LEHIGH UNIVERSITY) |
Estudiosos descobriram uma nova forma geométrica. Trata-se de Scutoid, que pode ser "encontrada" nas axilas, nariz e rosto, pois é um formato que células da pele tomam ao dobrar.
A forma parece um longo prisma de cinco lados com uma face diagonal cortada em uma extremidade: essa configuração permite que as formas façam superfícies curvas sem se separarem.
Publicada na revista Nature Communications, a pesquisa ajuda a entender uma questão sobre a pele humana. Milhões de células epiteliais (responsáveis pelo revestimento do organismo) são agrupadas para formar o órgão. Em uma superfície totalmente plana, células em forma de colunas, prisma ou cubo poderiam ser comprimidas para criar uma barreira. Mas o corpo humano tem poucas (se é que existem superfícies totalmente planas), o que significa que cubos e colunas não funcionam. E as células epiteliais precisam fazer algumas flexões e curvaturas para os movimentos e também durante o desenvolvimento embrionário.
Pesquisadores dos Estados Unidos e da Europa usaram um modelo de computador para realizar o processo Diagrama de Voronoy, utilizado para descobrir como as células epiteliais são agrupadas. De acordo com um comunicado, a reposta foi a indicação de uma forma totalmente nova, a Scutoid.
“Durante o processo de modelagem de computadores, os resultados que vimos foram esquisitos”, disse Javier Buceta, da Universidade Lehigh, nos Estados Unidos. “Nosso modelo previu que à medida que a curvatura do tecido aumenta, colunas e o formato 'de garrafa' não são as únicas formas que as células desenvolvem. Para nossa surpresa, a forma adicional nem sequer tem um nome em matemática! Normalmente, não se tem a oportunidade de nomear uma nova forma.”
Os estudiosos encontraram aspectos semelhantes ao Scutoid no epitélio do peixe-zebra e nas glândulas salivares da mosca-das-frutas. Para eles, a forma pode ter usos importantes na medicina. "Por exemplo, se você está procurando cultivar órgãos artificiais, essa descoberta pode ajudá-lo a construir um andaime para encorajar esse tipo de embalagem de células, imitando com precisão o modo natural de desenvolver tecidos", comentou o pesquisador da Universidade Lehigh.
Fonte: Revista Galileu
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